sábado, 30 de maio de 2009

Atividades de Literatura (T3 e T4) - Barroco


VIDEO:
obras de Aleijadinho atraem visitantes para Congonhas



- Seleção de Poemas de Gregório de Mattos
para a aula




- Slides de pinturas - material de consulta

sexta-feira, 29 de maio de 2009

E quem disse que a literatura não incomoda mais?





















MANUAL DE AUTO-AJUDA PARA SUPER-VILÕES

Joca Reiners Terron

Ao nascer, aproveite seu próprio umbigo e estrangule toda a equipe médica.
É melhor não deixar testemunhas.

Não vá se entusiasmar e matar sua mãe.
Até mesmo supervilões precisam ter mães.

Se recuse a mamar no peito. Isso amolece qualquer um.

Não tenha pai. Um supervilão nunca tem pai.

Afogue repetidas vezes seu patinho de borracha na banheira,
assim sua técnica evoluirá.
Não se preocupe. Patos abundam por aí.

Escolha bem seu nome. Maurício, por exemplo.

Ou Malcolm.

Evite desde o início os bem intencionados. Eles são super-chatos.

Deixe os idiotas uivarem. Eles sempre uivam, mesmo quando não
podem mais abrir a boca.

Odeie. Assim, por esporte.
E torça por time nenhum.

Aprenda a cantar samba, rap e jogar dama. Pode ser muito útil na cadeia.
Principalmente brincar de dama.

Ginga e lábia, com ardor. Estômago em lugar de coração,
pedra no rim em vez de alma.

Tome drogas. É sempre aconselhável ver o panorama do alto.

Fale cuspindo. Super-heróis odeiam isso.

Pactos existem para serem quebrados. Mesmo que sejam com o diabo.

Nunca ame ninguém. Estupre.

Execre o amável. Zele pelo abominável.

Seja um pouco efeminado.
Isto sempre funciona com estilistas.

[ in, "Poesia do Dia - Poetas de Hoje para Leitores de Agora", org. Leandro Sarmatz, Ática, SP, 2008 ]

Polêmica
28/05/2009 - 08h47
Livro para adolescentes é entregue a crianças em SP

Um livro destinado a adolescentes com frases do tipo "nunca ame ninguém. Estupre"; "Tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto"; e "Odeie. Assim, por esporte"; foi entregue a alunos de faixa etária de nove anos da rede pública de ensino do Estado de São Paulo, conforme revela reportagem publicada na edição desta quinta-feira da Folha.
O texto assinado pelo jornalista Fábio Takahashi revela que foram distribuídos 1.333 exemplares da obra "Poesia do Dia -Poetas de Hoje para Leitores de Agora".
Até o escritor Joca Reiners Terron, autor do texto mais criticado pelos docentes, "Manual de Auto-Ajuda para Supervilões", informa que a publicação não é indicada para crianças de nove anos.
Após questionamento da Folha, a Secretaria da Educação da gestão José Serra (PSDB) decidiu ontem retirar os livros das salas de aula. Os exemplares, no entanto, permanecerão nas escolas, para consulta de alunos mais velhos.

Reincidente

Essa não é a primeira vez que uma obra polêmica é destinada a alunos da rede pública em São Paulo. Livros contendo expressões como "chupa rola", "cu" e "chupava ela todinha" foram distribuídos
pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo como material de apoio a alunos da terceira série do ensino fundamental. O fato levou o governador José Serra (PSDB) a prometer punição para os responsáveis.
Em março deste ano, a pasta de Educação foi duramente criticada por professores da rede estadual por causa de erros em 500 mil livros didáticos distribuídos.
Um livro didático de geografia, usado por alunos da 6ª série do ensino fundamental nas escolas públicas, mostrava o Paraguai duas vezes em um mapa da América do Sul e exclui o Equador. O problema aparece tanto nos livros destinados aos estudantes quanto nas publicações destinadas aos professores.
À época, a secretaria creditou o problema a editora que o produziu e informou que determinou a troca das publicações com erros.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u572983.shtml


Quinta-feira, 28/05/2009
Uma das publicações foi distribuída para alunos da 3ª série. O autor usa ironia e dá conselhos de como fazer tudo errado e virar uma pessoa muito má. No outro livro, textos falam sobre sexo.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Leitura para debate

CINEMA

Especialistas questionam como foram retratados no longa-metragem o conclave, a sociedade secreta Illuminati e a bomba antimatéria


O Vaticano não viu e não gostou, mas milhares de espectadores do mundo inteiro estão adorando a versão cinematográfica de Anjos e Demônios, baseada no best-seller de Dan Brown. Só nos primeiros três dias de exibição, mais de 770 mil brasileiros assistiram ao filme. Em Santa Maria, quase 3 mil pessoas viram o longa, em duas semanas. O sucesso de bilheteria é justificável: a narrativa é tensa e ágil, e o texto é de fácil compreensão.

Evidentemente, transformar um livro de 464 páginas num filme de duas horas exige sacrifícios. Em muitos casos, quem sofreu foi a verossimilhança. O roteiro traz situações que soam forçadas, pois, para simplificar a história vários conflitos foram subtraídos, sem falar de que alguns recursos dramáticos do filme – que mistura bomba de antimatéria, escolha de um novo papa e uma sociedade secreta antiquíssima – são pura ficção.

Como o filme envolve assuntos que facilmente nos confundem, o Diário 2 convidou um religioso, um historiador e um físico para apontar o que é ficção nesta obra que parece tão real: padre Sílvio Weber, Vitor Biasoli e Agnaldo Severino, respectivamente.

Padre Sílvio saiu do cinema tentando entender porque o Vaticano criticou o longa de Ron Howard:

– Creio que o temor da Igreja seja pela má interpretação que alguns possam dar das questões apresentadas pelo filme. Mas o público tem de entender que se trata de ficção.Padre Sílvio adorou o filme, que classificou como “divertidíssimo”. Ainda assim, ele não deixou de observar que a produção exagera nas tintas em determinados pontos:

– O filme toca em algumas feridas reais da Igreja, como o julgamento de Galileu, mas, na minha opinião, exagera na questão do conclave e na postura dos cardeais.

Segundo o padre há sim certa “política” na eleição de um papa, mas o filme sugeriu um jogo de interesses que não existiria na realidade, já que os cardeais passam boa parte do tempo orando para que Deus guie a escolhe do sucessor ao trono de Pedro.

– E embora haja muita pomposidade no Vaticano, a maioria dos cadeais é bastante humilde e seu poder vem dessa humildade. O filme traz um personagem (o cardeal Strauss) soberbo. Isso me incomodou – confessa o padre.

Seita – Outra coisa que o padre observou foi que, no longa, os Illuminati foram tratados como seita.

– Pelo que sei, não formavam um grupo – diz o religioso.

Vitor Biasoli, professor do curso de História da Universidade Federal de Santa Maria, diz que faltam evidências de que os Illuminati fossem uma sociedade secreta.

– Do século 15 ao 18, os intelectuais eram todos meio magos, envolvidos com estudos de coisas místicas como a cabala etc. Mas não se pode afirmar que participavam de sociedades organizadas – diz o professor.

Mas Biasoli acredita que a intelectualidade dos anos 1600 pode ter se envolvida na busca da Terceira Força, uma fórmula para equilibrar as relações entre ciência e a religião.

– Na época da contrarreforma, os intelectuais que buscavam essa fórmula geraram muita desconfiança na Igreja, apesar de eles não serem contra a religião – conta Biasoli.



Antimatéria como bomba? Físico garante que isso é impossível

As primeiras cenas de Anjos e Demônios mostram a colisão de partículas formando a antimatéria (matéria de carga invertida, com elétrons positivos e núcleos dos átomos negativos, que explode em contato com a matéria).

As cenas se passam num cenário que tenta reproduzir o acelerador de partículas Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern). Ao fim do processo, a antimatéria é armazenada em um recipiente de vidro magnetizado. Mais tarde, um larápio invade o local, rouba um dos vidros e o esconde sob o Vaticano para que o país exploda caso a eleição do novo papa não seja cancelada.

Aguinaldo Severino, professor do departamento de Física da UFSM, adorou o filme, mas considerou fantasiosa a trama em torno da antimatéria. Para começar, porque é impossível produzi-la em quantidade suficiente para ter efeitos de uma bomba.

– Até há laboratórios capazes de produzir antimatéria, mas a quantidade é muito pequena. Demoraria 1 milhão de anos para produzir um grama do material – explica o professor.

Outra “liberdade” da ficção foi o tipo de recipiente em que o poderoso material foi guardado.

– A antimatéria precisa de espaço para se estabilizar. Por isso, teria de ser guardada em um recipiente enorme. No acelerador de partículas, por exemplo, que tem quilômetros de comprimento – afirma Aguinaldo.

Na reta final do filme, a bomba explode, no ar. A onda de choque causa danos no Vaticano, mas a população se salva. Aguinaldo achou graça da cena:

– Se a bomba de Hiroshima explodisse na Praça Saldanha Marinho, tudo até a Borges de Medeiros evaporaria. Se explodisse no ar, o efeito seria o mesmo. A mesma coisa com a antimatéria. Mas foi engraçado o rapaz salvando a todos. Coisas da ficção mesmo.


Fonte: Diário de Santa Maria (26/05/2009), aqui e aqui.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Na Rádio Universidade


Ouçam as dicas dos professores Tati Gomes, Priscila do Prado e Pablo Berned da Equipe de Literatura do Pré-Vestibular Popular Alternativa para a Rádio Universidade (800 AM), na programação especial sobre o Vestibular Extraordinário da UFSM:

Dica 1 - Temas Transversais


Dica 2 - Sermões e Relato de um certo oriente


Dica 3 - Questões com fragmento de textos


Dica 4 - Romantismo e Modernismo


Dica 5 - Rimas


Dica 6 - Feliz Ano Novo e Voo da Madrugada


Dica 7 - Tambores Silenciosos



Dica 8 - Contos de Machado de Assis


Dica 9 - Primeiras Estórias


Dica 10 - Laços de Família



sexta-feira, 15 de maio de 2009

Poesia Lírica - Ritmo

Você curte Beatles? Conhece essa música?
1.The Beatles - I Want To Hold Your Hand



E Rita Lee, você gosta? Conhece essa versão da música?
2. Rita Lee - O Bode e a Cabra



E você, consegue fazer a sua versão da música? Para isso, é necessário compreender como funciona o ritmo dela:

O / bo / de / sa / iu / co' a / ca / bra 2/7
Fo / ram / an / da / r a / 2/6
O / bo / de / pi / sou / na / ca / bra 2/7
A / ca / bra / gri / tou / 2/6

Pegou o jeito? Como ficou a sua versão? (Não deixe de publicá-la nos comentários...) O que ficou diferente? Mesmo assim, está no ritmo? Porquê? A rima influencia?
Agora, dê continuidade à atividade, reconhecendo o número de sílabas de cada verso e localizando as suas sílabas tônicas:

Via Láctea
Olavo Bilac

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
http://www.fabiorocha.com.br/bilac.htm


Material para atividade em aula:

terça-feira, 12 de maio de 2009

Lendo Vinícius de Moraes I

Balada das duas mocinhas de Botafogo

Eram duas menininhas
Filhas de boa família:
Uma chamada Marina
A outra chamada Marília.
Os dezoito da primeira
Eram brejeiros e finos
Os vinte da irmã cabiam
Numa mulher pequenina.
Sem terem nada de feias
Não chegavam a ser bonitas
Mas eram meninas-moças
De pele fresca e macia.
O nome ilustre que tinham
De um pai desaparecido
Nelas deixara a evidência
De tempos mais bem vividos.
A mãe pertencia à classe
Das largadas de marido
Seus oito lustros de vida
Davam a impressão de mais cinco.
Sofria muito de asma
E da desgraça das filhas
Que, posto boas meninas
Eram tão desprotegidas
E por total abandono
Davam mais do que galinhas.

Casa de porta e janela
Era a sua moradia
E dentro da casa aquela
Mãe pobre e melancolia.
Quando à noite as menininhas
Se aprontavam pra sair
A loba materna uivava
Suas torpes profecias.
De fato deve ser triste
Ter duas filhas assim
Que nada tendo a ofertar
Em troca de uma saída
Dão tudo o que têm aos homens:
A mão, o sexo, o ouvido
E até mesmo, quando instadas
Outras flores do organismo.

Foi assim que se espalhou
A fama das menininhas
Através do que esse disse
E do que aquele diria.
Quando a um grupo de rapazes
A noite não era madrinha
E a caça de mulher grátis
Resultava-lhes maninha
Um deles qualquer lembrava
De Marília e de Marina
E um telefone soava
De um constante toque cínico
No útero de uma mãe
E suas duas filhinhas.
Oh, vida torva e mesquinha
A de Marília e Marina
Vida de porta e janela
Sem amor e sem comida
Vida de arroz requentado
E média com pão dormido
Vida de sola furada
E cotovelo puído
Com seios moços no corpo
E na mente sonhos idos!

Marília perdera o seu
Nos dedos de um caixeirinho
Que o que dava em coca-cola
Cobrava em rude carinho.
Com quatorze apenas feitos
Marina não era mais virgem
Abrira os prados do ventre
A um treinador pervertido.
Embora as lutas do sexo
Não deixem marcas visíveis
Tirante as flores lilases
Do sadismo e da sevícia
Às vezes deixam no amplexo
Uma grande náusea íntima
E transformam o que é de gosto
Num desgosto incoercível.

E era esse bem o caso
De Marina e de Marília
Quando sozinhas em casa
Não tinham com quem sair.
Ficavam olhando paradas
As paredes carcomidas
Mascando bolas de chicles
Bebendo água de moringa.
Que abismos de desconsolo
Ante seus olhos se abriam
Ao ouvirem a asma materna
Silvar no quarto vizinho!
Os monstros da solidão
Uivavam no seu vazio
E elas então se abraçavam
Se beijavam e se mordiam
Imitando coisas vistas
Coisas vistas e vividas
Enchendo as frondes da noite
De pipilares tardios.
Ah, se o sêmem de um minuto
Fecundasse as menininhas
E nelas crescessem ventres
Mais do que a tristeza íntima!
Talvez de novo o mistério
Morasse em seus olhos findos
E nos seus lábios inconhos
Enflorescessem sorrisos.
Talvez a face dos homens
Se fizesse, de maligna
Na doce máscara pensa
Do seu sonho de meninas!

Mas tal não fosse o destino
De Marília e de Marina.
Um dia, que a noite trouxe
Coberto de cinzas frias
Como sempre acontecia
Quando achavam-se sozinhas
No velho sofá da sala
Brincaram-se as menininhas.
Depois se olharam nos olhos
Nos seus pobres olhos findos
Marina apagou a luz
Deram-se as mãos, foram indo
Pela rua transversal
Cheia de negros baldios.
Às vezes pela calçada
Brincavam de amarelinha
Como faziam no tempo
Da casa dos tempos idos.
Diante do cemitério
Já nada mais se diziam.
Vinha um bonde a nove-pontos...
Marina puxou Marília
E diante do semovente
Crescendo em luzes aflitas
Num desesperado abraço
Postaram-se as menininhas.

Foi só um grito e o ruído
Da freada sobre os trilhos
E por toda parte o sangue
De Marília e de Marina.

Nova Antologia Poética, de Vinícius de Morais, (organização de A. Cicero e E. Ferraz). São Paulo: Cia. das Letras, 2003.




Gênero Ficção, Conteúdo Adulto
Diretor Fernando Valle, Joao Caetano Feyer
Elenco Alexandre Borges, Fernanda Boechat, Guta Stresser, Malu Valle
Ano 2006
País Brasil

Ficha Técnica
Produção Vicente Amorim, Gabriela Carvalho, Belizário França Fotografia Rodrigo Monte Roteiro Renato Fagundes Som Direto George Saldanha Direção de Arte Beli Araújo Edição de som Fábio Goes Narração Edu Lobo Figurino Cris Kangussu, Fulvia Costalonga Assistente de Direção Pedro Peregrino Produção Executiva Renata Garcia, Maria Carneiro Montagem Pedro Amorim Música Fábio Goes Trilha Sonora Fábio Goes

sábado, 9 de maio de 2009

Literatura e vida


"Não vejo a consequencia. Para dizer se um Livro é bom ou mau, que importa saber como foi feito?" (ROUSSEAU)